:::LOBISOMEM::: - Mito ou verdade?

Texto Rascunho e Horizontal 13
*Agencia Intangível - Maria A. Teixeira - Ru Aisó (Folha Formosa, Tupy)

03.05.2015 |(Ali na Bahia e aqui em Salvador)

:::Lobisomem - Mito ou verdade?:::


Integrando a Oralidade - Lobisomem - Mito ou verdade?

Inicio dos anos (90) 1990 na cidade do Salvador na Bahia, contava Dona Ny, minha mãe a seus filhos(as), que ocorreu um episódio assustador na sua infância meados dos anos (60) 1960 em São Paulo, algo que chega a ser difícil de contar por ser fora do comum e místico para outros. A oralidade está mais presente no interior do nordeste do que no sudeste. (Não quer dizer que é impossível em outras regiões do país).

Narrava Dona Ny, que em certa madrugada apareceu algo muito grande e forte, bastante agressivo, tentando derrubar a parta de sua casa. Supostamente pensaram (Minha avó, o padrasto de Ny e seu irmão Oliveira, os presentes e as testemunhas do fato) no momento ser um ladrão de bairro, querendo roubar as frutas do quintal ou alguma ave para se alimentar, pois ali havia fartura alimentar orgânica (frutas e verduras plantadas) e caipira (galinha, galo, porquinho, etc.). Porém tudo mudou ao perceberem, que se tratava de algo parecido com um lobisomem, principalmente pela força, pelo rosnar acre, por ser extremamente muito peludo com os olhos muito grandes e avermelhados, também pela destruição feita no local: o comer das cabeças dos filhotes de uma cadela (parida recente a época), cuja enlouqueceu com o susto da atitude do monstro em relação aos seus filhotes. E mais: foi preciso minha avó e seu esposo segurar a porta juntos para conter ‘a coisa’. E quando o ser estranho parava de tentar arrombar a porta e as janelas, os mais velhos do lar se apressavam para pegar a espingarda com balas de pratas presente no ambiente, bastante alho e o realizar de rezas (decoradas e não decoradas) para o livramento do ser estranho nos arredores da casa. O esposo da minha avó conseguiu fazer disparos com a arma, o que assustou um pouco ‘a coisa’ e a mesma foi embora. Então, todos, que sobreviveram: narraram a história(ou a estória), que segue viva na linha do tempo da família materna. 

Mito ou verdade?

Está mais para verdade pelas provas deixadas à época: filhotes sem as suas cabeças, muito sangue, a mãe dos filhotes enlouquecida (foi preciso executá-la, devido à loucura e a agressividade formada), os arranhos expressivos na porta. Antes disso tudo, havia um morador muito grande no bairro, que podia chover ou fazer sol, ele não tirava o paletó escuro, ou melhor, sua veste única toda social(preta) por nada, na rua ou em casa. E percebido por todos os moradores, que ele era exageradamente peludo (fora do normal), embora tivesse filhos e ser casado, não falava com ninguém, pois não há quem já conseguisse ouvir a sua voz soar, exceto talvez a sua própria família, e se é que ele falava (uma incerteza)... Depois de identificarem, que o morador suspeito veio a falecer: não mais ouviram e viram casos como este na região com o mesmo perfil assustador. 

Portanto, está é uma oralidade passada para todas as gerações da minha família materna até hoje. Minha mãe e avó nunca mentiram para sua família e narrar algo tão amedrontador não faz sentido, então, acredito no fato. E/ou souberam narrar muito bem o ‘mito’.

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Extra: por que expressar este texto? Porque uma professora bastante querida solicitou aos seus alunos(no passado em Salvador), que contasse uma história com foco na oralidade familiar, não existente em literatura conhecida e/ou padrão(livros), então aí está. E mais: não estou no aguardo por aparecer uma prova como está. E quem queria uma prova dessa?! (rs)